Cheguei em casa,estava tomando banho quando o telefone tocou.
_”Marco,os irlandeses aceitaram!!!”
_” O quê??????????”
_”Ô! homem,os irlandeses aceitaram os termos do acordo.Você deverá viajar amanhã e,olha, só volte com a papelada assinada.”
Era Lucas,um colega de trabalho, informando sobre uma negociação importante para a minha empresa e eu estivera envolvido nos entendimentos iniciais. Finalmente,iria se concretizar.
Fiz a reserva do meu vôo para o Heatrow e pus-me a preparar malas.
Fiquei em Londres,num verão absurdamente quente,por cinco dias.Revisitei, como um turista novato,todos os pontos turísticos.Eu achava imponente a Abadia de Westminster, apreciava a troca da guarda no Palácio de Buckingham, admirava a singularidade do Big Ben,me emocionava com a placidez do Tamisa, até peguei um solzinho no Hyde Park,cobri-me de pombos em Trafalgar Square,sem esquecer de visitar o Zôo no Regent’s Park.
Em Belfast,fiquei por dez dias,a fim de finalizar os termos do contrato.
A capital da Irlanda do Norte traz cicatrizes profundas dos distúrbios provocados pela ação do IRA contra a Inglaterra.
Apesar disso,o povo alegre,sempre tem algo para comemorar bebendo muito.
A cada noite,Edward,o contato da empresa,na cidade,tinha uma nova programação. Visitei um sem número de “pubs” com admiráveis shows de jazz,blues e folclore local,conheci um whisky de sabor adocicado,produzido por lá.Estive presenteem várias apresentações teatrais,da melhor qualidade,no imponente Gran Opera House e no moderníssimo Waterfront Hall.
Na véspera de assinarmos os documentos finais da transação, Edward,me convidou para um programa que, segundo ele,seria bastante excitante.
Combinamos sair às vinte horas.Um sol frio ainda ocupava o horizonte.No verão, os dias são bem mais longos,com anoiteceres friorentos.Aos poucos,uma fria neblina foi tomando conta da cidade.Nos encaminhamos para fora da cidade.
Uma das coisas importantes para fazer na Irlanda,e também em toda a Grã-Bretanha (especialmente a Escócia),é visitar os antigos castelos.São ricos em detalhes de época e nos transportam à períodos de tempo, mágicos.
Ao fim de uma hora de viagem, paramos em frente a um enorme portão.Grades torneadas,tinham,no topo,lanças pontiagudas.
Uma câmera, sob um canhão de luz,monitorava a imagem dos visitantes.
Edward tocou uma campainha e disse uma senha.
Os portões se abriram.O carro seguiu por uma longa e tortuosa alameda.
O aroma das árvores,a tênue luz que vinha de pontos diversos por entre a folhagem e a forte neblina criavam um ambiente de mistério.
Silêncio,quase total, só quebrado pelo piado agourento de uma coruja.
Ao final de uma curva surgiu,imponente,a figura de um belo castelo.
Intensamente iluminado, estava vestido de festa.Criados,de libré, faziam as honras da casa.Fomos encaminhados a um pequeno salão aonde algumas pessoas já se encontravam. Homens e mulheres elegantemente vestidos degustavam finas iguarias servidas em baixelas de prata.Sucos de frutas variados passavam entre os convivas servidos em copos de puro cristal.Percebi que não havia álcool,entre as bebidas.Um aroma de almíscar permanecia no ar,alimentado por incenseiros distribuídos pelos cantos do salão.
A luz vinha de um gigantesco lustre,que pendia do teto em gotas de cristal.
O piso em madeira encerada permitia que nos espelhássemos nele.Uma suave música de fundo embalava as conversas.Edward era conhecido de muitos e me apresentava ora a uma,ora a outra pessoa.
Mais ou menos uma hora após nossa chegada,as luzes se apagaram.Uma enorme porta se abriu descortinando um grande salão abobadado ilustrado com pinturas exóticas,paredes em óleo preto.
O piso,em granito,também preto, fazia nossos passos deslizarem.A um canto,uma pequena orquestra entoava músicas de câmara.O mesmo aroma permanecia no ar.
A mortiça luz vinda de tochas acesas,presas a colunas em espiral,deixava vislumbrar,espalhadas pelo amplo espaço, peças estranhas que reportavam aos suplícios havidos na Idade Média.Contei três cruzes presas nas paredes e alguns pelourinhos e cangas,além de um vasto sortimento de chicotes.Tudo parecia estar em exposição.
(continua)
terça-feira, 28 de agosto de 2007
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3 comentários:
Querida Maga, a quanto tempo não nos vemos.
So agora soube da existencia do seu blog, e estou querendo um contato com vc.
Posso ter alguma coisa que nos interesse, me mande o seu MSN ou me adicione, para que possamos conversar o meu é...
tonyrj67@hotmail.com
Aguado o teu contato. Bjs do amigo de sempre Tony.
Adicionado...rs...bjs
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