Este castelo pertence à M@G@,Dominadora carioca há mais de 25 anos envolvida nesta prática BDSM

segunda-feira, 28 de junho de 2010

BAREBACK - As origens e as conseqüências do sexo não-seguro (Parte FINAL)

 
Mesmo que se fizessem exames diários em uma pessoa, jamais se poderia afirmar que ela fosse com certeza absoluta um soronegativo, ainda mais com um comportamento assim tão inseguro em relação às DSTs! E supondo que os testes fossem assim tão confiáveis, o que seria preciso? A apresentação de um exame anti-HIV feito há cinco minutos???Finalmente, outro argumento muito usado pelos “barebacker” é o de que a qualidade do ato sexual é muito superior sem o uso da “camisinha” e que o próprio preservativo em si representa uma barreira moral à plena satisfação sexual. Há alguns mais radicais que afirmam que “sexo sem camisinha é coisa de macho”. Todos estes argumentos me parecem antes de tudo ingênuos e absolutamente superficiais, usados por pessoas que insistem em fechar seus olhos para uma realidade médica objetiva e grave. É claro que não se pode proibir ninguém de praticar o “bareback”, mas, por se tratar de uma situação que põe em risco a saúde pública, pode-se e deve-se alertar o máximo possível para os riscos que esta situação expõe. É inacreditável se constatar, como eu já pude, que muitas pessoas que com orgulho se intitulavam “barebackers”, ao tomarem consciência, de uma maneira franca, clara e sincera, dos riscos a que estão se expondo, acabam rapidamente mudando sua atitude e seus conceitos. 
O FHR (Federal Health Research), órgão governamental americano, confirmou que muitos homens com comportamento homossexual, bem como agentes de prevenção ao HIV confirmam a informação de que a prática de sexo anal sem o uso de preservativo está se tornando mais e mais comum. Um estudo feito em 554 homens homo ou bissexuais residentes de São Francisco, Califórnia, revelou que 70% deles estavam familiarizados com o termo “bareback” e 14% assumiam abertamente ter praticado o “bareback”, ao menos uma vez nos últimos dois anos. Como foi divulgado pela agência Reuters, os autores também descobriram que alguns destes homens praticaram o “barebacking” em relacionamentos sexuais extraconjugais. Ainda no mesmo estudo, entre os homens HIV-positivos pesquisados, 22% declararam ser “barebackers” e 10% dos HIV-negativos também praticaram algum tipo de sexo inseguro nos últimos dois anos. Não há informações disponíveis de qual é o número de pessoas dentre a população em geral (não apenas entre homo e bissexuais masculinos) que pratica sexo inseguro (“bareback”), nem quais seriam as razões que levariam esta população a esta prática. Ao que parece a ciência continua a insistir na finada tese dos “grupos de risco”... Os autores deste estudo notaram ainda que dentre as razões apontadas pelo grupo estudado (homens homo e bissexuais de São Francisco) para justificar o “bareback”, as mais freqüentes eram a maior sensação física do ato sexual e uma maior proximidade afetiva e emocional. No entanto, estas razões são de menor importância se colocadas lado a lado com informação de que a AIDS continua a ser hoje uma doença fatal se não for controlada adequadamente e absolutamente incurável. 
Igualmente é importante lembrar que apenas 5% das pessoas com HIV/AIDS vivem nos países desenvolvidos e têm acesso aos anti-retrovirais desenvolvidos pelas empresas multinacionais e vendidos a preços altíssimos somente ao alcance de populações de países de alto poder aquisitivo. Esses medicamentos anti-retrovirais foram desenvolvidos para estes 5%. Na África, onde reside a maior parte das pessoas com HIV/AIDS, o acesso a essas medicações não é uma realidade: são doentes absolutamente negligenciados e condenados à morte. Felizmente aqui no Brasil há um programa exemplar de fabricação e distribuição gratuita de medicação anti-retroviral para pacientes soropositivos sob tratamento médico. Este programa levou nosso país a ser considerado pela OMS como exemplo mundial a ser seguido, mas, por outro lado, custou uma briga sem limites com as poderosas indústrias farmacêuticas multinacionais que se sentem lesadas pela quebra das patentes destas medicações. Esta guerra diplomática pode colocar, de uma hora para outra, fim a esta distribuição gratuita de remédios no Brasil e expor ao risco a vida de milhares de pessoas. Para piorar, as condições de atendimento médico em regiões afastadas dos grandes centros e/ou de baixa renda são tão precárias que impedem o acesso de muitos soropositivos tanto ao diagnóstico adequado, quanto ao acompanhamento médico.


Vistos todos estes pontos, resta-me apenas uma única pergunta: mesmo que haja um maior prazer na relação sexual “bareback”(fato este muito discutível, é certo), vale a pena todo este risco?

(by Mr. B/Médico psiquiatra,Dominador/SP)
(postado na lista BDSM-SP em mar/2005)

2 comentários:

Ministério disse...

Todos nós – homens, mulheres, de qualquer idade, orientação sexual ou classe social – somos vulneráveis ao vírus HIV e a outras doenças sexualmente transmissíveis. Por isso, todos, sem exceção, devem usar a camisinha. A prática conhecida como bareback pode ser perigosa e resultar no contágio de várias DST.

Conheça a atual campanha de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis do Ministério da Saúde. Visite http://bit.ly/cQFFo6 e ajude-nos a divulgá-la. Vamos juntos conscientizar mais pessoas sobre formas de contágio e prevenção de DST.

Camisinha. Com amor, paixão ou só sexo mesmo. Use sempre.

Para mais informações:
comunicacao@saude.gov.br

Atenciosamente,
Ministério da Saúde

Castelã_SM disse...

Fiquei muito importante.O Ministério da Saúde postando aqui!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs