Este castelo pertence à M@G@,Dominadora carioca há mais de 25 anos envolvida nesta prática BDSM

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

"A SAGA DE UM ESCRAVO":CAPÍTULO 27

Retornamos ao castelo,já refeitos do passeio,e encontramos os Dominadores prontos,se despedindo.Beijos daqui e dali.
Domme Ninon, Inga e Margue entram no carro de Vladimir.Eu vou de motorista de Sarita e trazemos Aldréa e Ernst,conosco.
Conde Ektor e suas escravas acenam para os que se vão.
Permaneci quieto durante toda a viagem de retorno.Em compensação, Aldréa e Ernst parecem que estão vindo da Disney World.Comentam,sem parar todos os acontecimentos.
_”Doces deliciosos aqueles” diz Aldréa.”Rhina é excelente,na cozinha.” continua.
_”Eu nem tinha mais fome, para o mingau, tanto que comi dos doces” retruca Ernst.
_”Você é valente,Ernst” complementa Aldréa.
_”Paguei caro por comer você,sua tonta” ele responde e ri muito.Ela dá uma gargalhada.
_”Falem mais baixo, vocês, aí atrás.” Sarita os repreende e coloca,Wagner, para ouvirmos.
Eu “viajo” quando ouço “As Valquírias”.Forte e suave, ao mesmo tempo.Enérgica e doce, reproduz o que pensamos ser as deusas do Olimpo(embora sejam de origem escandinava).
_”Não responde nada,seu traste?”
Eu me assusto com a fúria na voz de Sarita.
_”Desculpe, Senhora.Eu estava distraído com a música.O que disse?” eu respondo,de imediato,já imaginando um castigo que está por vir.
_”Você não fez nenhum comentário,até agora,sobre o que presenciou e viveu,lá no castelo” ela retorna mais calma.
_”Foram muitas coisas estranhas e às quais não estou habituado.Não saberia atribuir juízo de valor àquilo que vi e vivi,Senhora” respondo, honestamente.
_”Lembra do nosso trato?estamos no seu adestramento.Depois de um mês ,se não quiser,não continuará” ela completa.
Ela não sabe mas, decidi acabar com isso tudo,esta noite mesmo.
Ernst se despede de nós,quando chegamos à Bonsucesso.Deixo Aldréa em Laranjeiras.
_”Pode sair junto com ela e pega um táxi p´ra ir p´ra casa.” é a ordem que recebo.
Senhora Sarita arranca com o carro,acenando p´ra mim.
Estou me sentindo etéreo ao abrir a porta do meu apartamento.O ambiente não me parece o mesmo.As impressões que me acolhiam ao entrar em casa estão dissipadas numa memória distante.Eu sei que já não sou o mesmo.
Pego-me constantemente à espera de uma ordem ou permissão.
Preparo um suco e sigo para o chuveiro.Ao mesmo tempo,deixo a banheira enchendo.Não sei porque esta compulsão de me enfiar na água,indefinidamente.
Distribuo meus sais preferidos,coloco “Don’t let me be lonely tonight “ com Eric Clapton,que, não sei porque,me parece apropriada e deixo-me relaxar na banheira.A única coisa, que me faz retornar inteiro,é o aroma da minha casa, inundada com meus perfumes, e que me produz uma sensação de aconchego como deve ter sido estar,ainda,no útero.
Depois do banho relaxante,percebo que estou faminto e,atendendo à minha ancestralidade italiana, mando buscar uma deliciosa massa com espinafre, ricota, nozes,passas e molho branco.
Minha adega é primorosa e escolho um tinto Merlot para acompanhar a refeição.

Estou absorto,rememorando os acontecimentos daquele dia,quando o telefone toca.
_”Alô”
_”Marco?” é a pergunta.
_”Sim.Quem está falando?”
_”Rebecca.Lembra de mim?”
Imediatamente lembro, da festa de sexta feira, e da companhia que paquerei por lá.
_”Olá,menina.Como vai? Como foi seu sábado?”
_”Meio murcho.Não deu praia.O dia não estava quente.”
_”Verdade,não fez um dia quente hoje”
_”Tudo certo para amanhã?” ela pergunta
_”Sim,claro.Ligo para você às dez da manhã e combinaremos tudo.Ok?”
_”Sim,ótimo.Então, aguardo sua ligação amanhã de manhã.”
Ficou algo no ar.Nem eu desliguei,nem ela.
_”Gostei de te conhecer.”ela falou.
_”Eu também,menina.Ficarei contente em te ver” respondi.
_”Então,tchau.Beijos”
_”Beijos p´ra você também,Tchau”.
Uauuuuuuuuuuuuu.Um belo programa para domingo.
Durmo o sono dos justos.
O domingo amanhece tão sem brilho quanto o sábado, anterior.Nada de sol, nada de praia.
Acordo,meio preguiçoso,faço a barba e preparo meu desjejum.
O aroma, do pão torrado, enche minhas narinas provocando uma sensação de fome maior do que a que eu já estou sentindo.O queijo derretido desenha ,no ar,fios mirabolantes.Capuccino completa o meu café da manhã.
Lembro que devo abrir minha correspondência.Há questões pendentes, no escritório, e preciso saber das novidades,se houverem.
O som do interfone interrompe o silêncio.
_”Senhor Marco.Há uma caixa para o senhor,aqui embaixo.”
_”Manda subir,”seu “ Francisco”
Uma imensa caixa embrulhada com papel roxo e laço prateado,chega pelas mãos do faxineiro.
Antes de abri-la,decido colocar um som.Dentre as óperas, que mais gosto, está La Traviata ,de Verdi.É a que eu escolho.A música invade os recantos do apartamento trazendo a sensação de leveza que esta,em especial,possui.
Intrigado com uma entrega, em pleno domingo,começo a desamarrar a fita.
Desembrulho e abro a caixa.Há uma outra um pouco menor,dentro dela.
Há ,ainda,outra,menor,dentro desta.Mais outra está dentro desta .E mais outra,somando cinco caixas.Na última,embrulhadas em papel de seda,estão um par de algemas e uma chave.


Sinto o coração acelerar.A voz,o perfume,o toque de Sarita se fazem presentes.Meus pêlos se arrepiam e um vazio se instala em meu peito.
Não é possível que ela assuma este poder sobre a minha pessoa e na minha vida. Ao mesmo tempo,em que reluto,frente aos últimos, humilhantes, acontecimentos, que odiei,uma angústia de desejo e tesão me empurram para um contato maior e mais próximo com ela.Sinto-me enfeitiçado,sem vontade de me libertar.
Ao abrir meus e-mails,lá está um, de Angelina, me convidando para um churrasco,hoje,e me lembrando que encontrarei com Rebecca por lá.
Ligo, para Rebecca, e acertamos os detalhes do nosso encontro.
Como o mundo comum parece ter mudado de cor.Olho as pessoas e as vejo nebulosas em sua alegria.Quem, ali, já viveu, ou pensa viver,as aventuras que eu experimentei,ultimamente?
Rebecca é uma mulher adorável e espirituosa.A seu lado, nada é monótono ou entediante mas,a imagem de Sarita, na sua calma arrogância e tranqüila autoridade,se superpõe embaçando aqueles agradáveis momentos.
Não posso me livrar dela.NÃO QUERO ME LIVRAR DELA.


(Castelã_SM)
continua...




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