Este castelo pertence à M@G@,Dominadora carioca há mais de 25 anos envolvida nesta prática BDSM

domingo, 30 de novembro de 2008

SHIBARI OU OS LAÇOS ERÓTICOS JAPONESES

Os japoneses desenvolveram a mais completa, ou mais racional, técnica de amarração erótica de que se tem notícia. Só que elas só se refinaram por causa do contato com o Ocidente. Na verdade, renasceram por causa dos ocidentais.


Fala-se que as origens do shibari ou kinbaku, que são os nomes pelos quais a técnica é conhecida, estão no século XVII, em reuniões na casa de um líder espiritual que gostava de ver mulheres amarradas sendo humilhadas. Outros profissionais dizem que a origem é a fusão da técnica de amarração de prisioneiros desenvolvida por samurais com a técnica ninja de utilização de cordas atadas a ganchos e machados, mais a amarração de condenados para humilhação pública e também para tortura. As palavras shibari e kinbaku têm significados diferentes, mas se tornaram, para os ocidentais, sinônimos. Shibari seria o genérico para amarração e kinbaku o específico para a técnica erótica japonesa.




Parece que o hobby floresceu mesmo na virada do século XIX para o XX e começou a se popularizar depois da Segunda Guerra Mundial, quando os japoneses tiveram contato com publicações underground ocidentais sobre sadomasoquismo e perceberam que eles detinham uma tradição que podia ser vitaminada. Fotógrafos se interessaram pela coisa, revistas passaram a publicar, e já havia profissionais especializados em shows de amarração em boates. O mais cultuado é Eikichi Osada, que morreu em 2001. Ele começou a amarrar nos anos 60 e fez muitos shows.




A idéia geral da amarração não é machucar. É prender para aumentar a sensação emocional de rendição e a sensação física de prazer. O orgasmo é explosão, o orgasmo amarrado é implosão. Deve se ter cuidado para não restringir a circulação do sangue e também não apertar determinados nervos. Se a candidata tem tendência leve que seja à claustrofobia, não deve jamais tentar ser amarrada. É bom também manter sempre à mão uma tesoura do tipo médico, com pontas redondas, para corte em caso de se perder nos nós na hora de desfazer ou haver pânico. A corda mais indicada é de fibra de maconha. Bastante vendida no Japão, na Europa e nos Estados Unidos. Ela é macia, fácil de desatar. Quem não consegue essa fibra pode tentar corda de algodão. A espessura mais recomendada é de seis milímetros. Para começar, um jogo de seis cordas de oito metros de comprimento cada é o bastante. Na internet, há tutoriais de amarração e também vídeos. É só fazer a busca pela palavra shibari.


(SIR LANCE KNOT é praticante há dez anos de amarração erótica).
Reportagem publicada n'O Globo em maio/2005

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