Este castelo pertence à M@G@,Dominadora carioca há mais de 25 anos envolvida nesta prática BDSM

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

"A SAGA DE UM ESCRAVO":CAPÍTULO 28

Esclarecimento:Àqueles que estão acompanhando a novela,devo esclarecer que os acontecimentos ,que se seguem,não estavam previstos.A história tomou seu rumo,sozinha.Novo destino será dado ao personagem.


A animação do churrasco entra noite adentro.O,sempre convidativo ,aroma da carne na grelha,o pãozinho de alho,bem picante,um excelente vinho(eu não gosto de cerveja) e muita conversa jogada fora,encerra esta diversão de domingo.Alinhavo mais um encontro,com Rebecca.
A segunda-feira amanhece, nublada,também,preconizando um dia cinzento e frio.O caminho,para o escritório,sempre o mesmo,com as retenções habituais.
O projeto internacional,da Irlanda,se desenvolve a todo vapor.Por conta disso,minha posição,na empresa,é de grande prestígio.Sou chamado para inúmeras reuniões,como consultor dos mais variados assuntos,afins.
Decidi comer um sanduíche,no almoço,para terminar alguns documentos importantes,objetivando um novo negócio que se avizinha.
O telefone toca:
_“Alô!”
_”Marco?”
_”Sim”
_”Rebecca”
_”Oi,minha linda.Como vai?”
_”Tudo bem.Ligando para confirmar o horário do cinema”
_”Tudo certo.Eu lhe pego às 20hs,para a sessão de 21.”
_”Ok,então.Beijos e até a noite.”
_”Beijos,menina.Tchau.”
O telefone toca,de novo.
_”Será que ela esqueceu alguma coisa?” eu penso.
_Alô!”
_”Como vai Marcilius?”
O som, desta voz, me acelera o coração e meus pêlos se arrepiam.
_”Tudo bem,Senhora.”respondo,rápido.
_”Gostou do presente?” referindo-se às algemas.
_”Sim,Senhora.Gostei muito”
_”Elas estão aí,com você?”
_”Não,Senhora.Deixei-as em casa.”
Pressinto que, alguma coisa, não vai sair certo.
_”Verme, burro e incompetente, é você!”
Eu sabia.Já esperava alguma coisa assim.
_”As algemas prendem você a mim.SEMPRE!” enfatizou esta última palavra.
_”Quero que esteja SEMPRE COM ELAS.”
Embora a voz continue baixa, a entonação faz com que pareçam gritos, em meus ouvidos.
_”Desculpe,Senhora.Elas vieram sem nenhuma orientação.”
_”Ahhhhhhhhhh...está bem...Vou providenciar uma BULA para que saiba usar os acessórios que eu lhe envio.”E solta uma estridente gargalhada. Amanhã, providencie tempo,para mim.Quero estar com você às 14 horas."
O telefone fica mudo.
O restante da tarde, me consome em documentos e reunião.
Ao voltar p´ra casa ,pelo rádio ,tomo conhecimento de um acidente envolvendo ônibus e automóvel.Segundo as notícias,neste último,ninguém sobreviveu.
Meu ritual de relaxamento,após trabalho,está completo.Meu banho morno,na banheira,meus sais,meu drinque.Espicho-me no sofá,fazendo hora para me aprontar e pegar Rebecca.
O filme brasileiro,Os Desafinados,despretensioso,mas alegre,nos remete a uma época quase ingênua,de propostas pessoais renovadoras, tolhidas por um aparato político/policial desumano e cruel.A trilha sonora,relaxante e retrô.
Após o cinema,vamos ao apartamento de Rebecca.
É um aconchegante e bem mobiliado lugar.Sóbrio,até,para ser a moradia de uma mulher.Eu o imaginava mais colorido,sei lá.
“Quer beber alguma coisa?”ela pergunta
“Tem vinho? É a minha bebida preferida,rs”
“Tem um branco seco gelado”é a opção que ela me oferece.
“Excelente,p´ra mim.”
Ela toma de duas taças e serve o líquido transparente e saboroso,para ambos.
Ela coloca um CD com músicas da época do filme.
O jantar,previamente preparado,é servido em poucos minutos.
Arroz com ervas,legumes ao vapor e filé de linguado, ao molho de maracujá,
Sorvete de pistache e calda de chocolate,como sobremesa.



Ao final,um cafezinho.Este tomado,na sala,aconchegados, num sofá.
Não me atrevo a regalias maiores das que me são oferecidas,afinal é a primeira vez que venho aqui.
Apenas,nos mantemos abraçados.
Silenciosos.
Eu decido que já é hora de ir embora e me levanto.
Ela se aproxima de mim e diz:
“Já?”
Sinto um convite implícito àquela pergunta e decido beijá-la.
Sou correspondido,intensamente.
Carícias mais ousadas se seguem e,aos poucos,nos encaminhamos para o quarto.
Entregamo-nos aos braços de Bacante.


Exaustos, usufruímos de um relaxante banho.
Chega a hora de despedir-me.
Ela me leva à saída,abraçados, e saio,de volta p´ra casa,na madrugada,ainda nublada e fria.
Na manhã seguinte,no escritório,lembro da ordem de Sarita.

“Às 14 horas quero você livre,p´ra mim”.
Apresso meus compromissos e decisões.Assino inúmeros documentos,contando liberar-me, à hora marcada.
Minha secretária tem,por hábito,comprar os principais jornais,todas as manhãs.
Se necessito alguma notícia, importante,tenho-a, sempre à mão.
Ouço o comentário que ela faz, com o contador da empresa,ao pedir-lhe um capuccino.
“Que horror,Cenésio.Neste acidente não sobrou ninguém.O pior foi o engarrafamento que enfrentei para pegar a linha amarela,ontem”.
Ao receber a xícara,eu pergunto:
“Chegou tarde em casa,é?”
“Sim,Senhor Marco,um acidente aconteceu ontem e provocou o maior engarrafamento.Custaram a retirar carros e vítimas.”
E trouxe o jornal para que eu lesse sobre o ocorrido.
Na primeira página,um ROSTO.

“O senhor está bem,Senhor Marco? Porque está pálido? Quer que eu lhe traga água ou outra coisa qualquer?”se agita minha aflita secretária.
O choque é visível e incontrolável.
O rosto de Sarita está ali,entre as vítimas do acidente. Ao lado dela,Ernst e outra pessoa que não conheço.
Não procuro saber o verdadeiro nome dela.Na minha mente martela apenas uma coisa.NÃO A VEREI MAIS.

(continua)

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