Este castelo pertence à M@G@,Dominadora carioca há mais de 25 anos envolvida nesta prática BDSM

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

OPINIÃO QUE PARTILHO



LITURGIA E BDSM

Penso que a liturgia, para o BDSM é como um jantar refinado para a alimentação.



Sem cair no trocadilho óbvio do comer, em muitas ocasiões, tudo o que você quer, é se alimentar, e para isso, um sanduíche rápido pode estar de bom tamanho.


Mas quando você quer realmente curtir uma refeição, não há nada como toda a preparação e ritual que antecedem e acompanham um bom jantar: vinho, velas, uma boa mesa, cristais, porcelanas, entradas, pratos variados, sabores exóticos, sobremesa, café, licor e, para os apreciadores, um bom charuto.


No meu modo de ver, a liturgia no BDSM é exatamente esse refinamento que dá outro sabor á coisa.


Cada um cumpre a sua função no momento certo.


Do mesmo modo que não se vive de sanduíche de padaria o tempo todo, a menos que você seja um nobre inglês, também não é possível banquetear em toda refeição. O segredo é o equilíbrio.


E como disse a Bela, há momentos para a liturgia, há momentos somente para as práticas, somente para o instinto.


Embora possa ser usada de diferentes formas, com diferentes objetivos, a liturgia BDSM legítima visa ritualizar o momento BDSM, descolando-o, destacando-o da realidade cotidiana, da vida comum de meros mortais que temos no restante de nosso tempo.


Visa também aclimatar os envolvidos, preparar-lhes os sentidos, os pensamentos, a alma. Para isso, deve ser uma experiência multi-sensorial, envolvendo a audição com uma música adequada, a visão com um ambiente, uma iluminação apropriada, o olfato com aromas propícios, o tato com toques e texturas específicos e até mesmo o paladar.


Palavras, dizeres também preparam as almas bottons e Tops para o que virá


Digo tudo isso para ressaltar que, seja em cenas abertas ou privadas, a liturgia tem sim sua função e, embora não descarte que ocorra, utilizá-la apenas para "firmar-se através dos ritos" é uma utilização no mínimo tacanha de algo tão magnífico.


Por fim, mais uma vez voltando ao comentário da Bela, o importante é fugirmos de qualificar práticas ou visões do BDSM como "certas e erradas". Sendo coerentes com o SSC, sendo éticas e atendendo ás expectativas dos envolvidos, quem há de julgar?
E para que?

Sr. ALDO
SSCE - São,Seguro,Consensual e Ético

(texto postado na lista BDSM-SP)







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