A um quarteirão do prédio,onde moro,a venda é retirada.Desço, são e salvo, em frente ao meu portão.
_”Até a próxima,meu amigo!” diz Dreyfuss
Entro em casa e me sinto um extraterrestre.Estes dois dias, naquele lugar,naquele ambiente,experimentando situações inusitadas,me permitindo experiências inverossímeis,foi como sair de órbita e escapar para um inexpugnável universo.
Olho meu apartamento como se fosse uma âncora a me trazer, para a realidade, novamente.
Na secretária eletrônica,há um sem fim de mensagens.Desisto de ouvi-las.Prefiro deixar para o dia seguinte.
Mergulho num banho,perfumado,com meus sais preferidos,coloco um CD de Bach que me acalma e relaxa.Deito na cama e sucumbo a um sono profundo e agitado, povoado pelas imagens que acabara de viver e presenciar.
Na manhã seguinte,o telefone toca,histericamente.Desperto, assustado, com tamanho escândalo.
_”Alô!” atendo, meio sonolento.
_”Bom dia,Marcilius!” a voz sorridente da Rainha Sarita se faz presente.
_”Eita.Já? nem bem me acomodo em casa e ela já vem se impor ao meu espaço!” penso aborrecido,com o que considero uma invasão.
_”Bom dia,Marcilius!” ela repete
_”Bom dia! O que quer agora? A festa acabou.Voltei ao meu dia a dia.Posso?” digo,num tom impertinente.
_”Não,não pode” foi a seca resposta.Não pode meeesmo,está ouvindo? Esqueceu que é meu escravo?” continua.
_”Senhora Sarita,ou seja lá o nome que tenha.Já participei de sua fantasia, agora quero sossego para tocar a minha vida” eu completo.
_”Ser escravo não é uma fantasia de minutos ou horas.Envolve tarefas cotidianas.Obrigações a cada tempo.” Ela me diz,à guisa de ensinamento.
_”Você já me perguntou se quero ser um escravo?Você me seqüestra para um lugar que até agora desconheço.Presencio uma série de acontecimentos surrealistas e agora vem me dizer que SOU seu escravo e lhe devo obrigações?”
_”Ok.Conversaremos a respeito”, ela torna,conciliadora.
_”Veja bem.Devo voltar ao escritório,tratar de assuntos do meu interesse profissional. Poderemos conversar à noite.,num jantar.Quer assim?”
_”Certo.Às vinte horas e trinta minutos estarei à sua porta.”
_”Vamos combinar o seguinte.Às vinte horas e trinta minutos estarei à sua espera no Il Mangiare.”foi a minha proposta,”Ou prefere que eu vá busca-la em casa?” conclui.
_”Não,em casa ,não.Estarei à porta do Il Mangiare a esta hora,mesmo.” E desligou o telefone.
Ao som de Enya,cumpro o trajeto ao escritório.Algumas das cenas que presenciara no fim de semana,não saem da minha memória e, muito a
contra gosto percebo que não me são aversivas.Sinto prazer ao recordar as bofetadas,as lambadas com a palmatória,até a sessão com urina,agora não me parece ter sido tão ruim.Um arrepio percorre a minha espinha e meu pau já se manifesta.
_”Devo estar maluco de pedra.Acho que peguei a maldita doença daquele pessoal.Como posso me excitar ao lembrar aquela barbaridade toda?”, o racional toma conta de minhas sensações.
Ao chegar à minha sala e abrir minhas mensagens no computador,vejo que há uma de Edward.Imediatamente,as imagens de Belfast se fundem às do fim de semana,passado.Tudo igual,as mesmas preferências,o mesmo ritual,o mesmo ambiente,e tão distantes um do outro.
_”Creio que estou entrando num labirinto,sem saída.Deve ser alguma sociedade secreta internacional.”
Outro e-mail traz uma propaganda de festa SM,num clube,em São Paulo.
_”SM? Porque acham que vou gostar disso?”
As imagens, que ilustram o convite,me remetem às estranhas festas a que estive presente.
Decido abrir pesquisa,no Google,acerca de SM.
Estou tão entretido com as minhas descobertas que acabo por esquecer uma reunião,anteriormente, agendada.
_”Marco!” entra na sala meu colega de projeto.”Venha! a reunião está à sua espera”
Mal consigo prestar atenção ao que se fala ali.Meu pensamento voa em direção aos textos que acabo de ler.Palavras como Dominadores,escravos, switchers, Mestres, slaves,são novidade para mim e se revestem de uma aura de mistério e curiosidade.Toda uma hierarquia presente nestas relações me fascina.O prazer ligado à dor e à humilhação,até porque eu já havia experimentado assim,se descortina como forma de satisfação erótico-sexual. Cresce meu interesse pelo jantar,de logo mais,à noite.
Do escritório mesmo,minha secretária fez a reserva,no restaurante.
Ao chegar,quinze minutos antes do combinado,me apresento ao maitre,
_”Sou Marco Andreanetti,tenho uma reserva,”
_”Sim,senhor.Sua companheira já chegou e o aguarda.”
_”Putz.Ela chegou antes!” penso
”Olá ,Marcilius” é a saudação que recebo ao me aproximar da mesa”Não curto surpresas,preferi chegar um pouco mais cedo.” E apresenta a mão para ser beijada,tarefa que cumpro cavalheirescamente.
_”Não sei de que surpresa pode estar falando.Não sou de faltar com o respeito a uma dama.Jamais a deixaria esperando ou faltaria a esse compromisso.”
_”Por que acha que eu o escolhi?Sei exatamente quem é e como se comporta. Sei do seu padrão de educação e é exatamente isso que gosto em você. Um executivo respeitado e poderoso,como meu escravo”
_”Um desafio?” pergunto acintoso.
_”Pode levar para esse lado,se quiser” é a resposta.
_”Até a próxima,meu amigo!” diz Dreyfuss
Entro em casa e me sinto um extraterrestre.Estes dois dias, naquele lugar,naquele ambiente,experimentando situações inusitadas,me permitindo experiências inverossímeis,foi como sair de órbita e escapar para um inexpugnável universo.
Olho meu apartamento como se fosse uma âncora a me trazer, para a realidade, novamente.
Na secretária eletrônica,há um sem fim de mensagens.Desisto de ouvi-las.Prefiro deixar para o dia seguinte.
Mergulho num banho,perfumado,com meus sais preferidos,coloco um CD de Bach que me acalma e relaxa.Deito na cama e sucumbo a um sono profundo e agitado, povoado pelas imagens que acabara de viver e presenciar.
Na manhã seguinte,o telefone toca,histericamente.Desperto, assustado, com tamanho escândalo.
_”Alô!” atendo, meio sonolento.
_”Bom dia,Marcilius!” a voz sorridente da Rainha Sarita se faz presente.
_”Eita.Já? nem bem me acomodo em casa e ela já vem se impor ao meu espaço!” penso aborrecido,com o que considero uma invasão.
_”Bom dia,Marcilius!” ela repete
_”Bom dia! O que quer agora? A festa acabou.Voltei ao meu dia a dia.Posso?” digo,num tom impertinente.
_”Não,não pode” foi a seca resposta.Não pode meeesmo,está ouvindo? Esqueceu que é meu escravo?” continua.
_”Senhora Sarita,ou seja lá o nome que tenha.Já participei de sua fantasia, agora quero sossego para tocar a minha vida” eu completo.
_”Ser escravo não é uma fantasia de minutos ou horas.Envolve tarefas cotidianas.Obrigações a cada tempo.” Ela me diz,à guisa de ensinamento.
_”Você já me perguntou se quero ser um escravo?Você me seqüestra para um lugar que até agora desconheço.Presencio uma série de acontecimentos surrealistas e agora vem me dizer que SOU seu escravo e lhe devo obrigações?”
_”Ok.Conversaremos a respeito”, ela torna,conciliadora.
_”Veja bem.Devo voltar ao escritório,tratar de assuntos do meu interesse profissional. Poderemos conversar à noite.,num jantar.Quer assim?”
_”Certo.Às vinte horas e trinta minutos estarei à sua porta.”
_”Vamos combinar o seguinte.Às vinte horas e trinta minutos estarei à sua espera no Il Mangiare.”foi a minha proposta,”Ou prefere que eu vá busca-la em casa?” conclui.
_”Não,em casa ,não.Estarei à porta do Il Mangiare a esta hora,mesmo.” E desligou o telefone.
Ao som de Enya,cumpro o trajeto ao escritório.Algumas das cenas que presenciara no fim de semana,não saem da minha memória e, muito a
contra gosto percebo que não me são aversivas.Sinto prazer ao recordar as bofetadas,as lambadas com a palmatória,até a sessão com urina,agora não me parece ter sido tão ruim.Um arrepio percorre a minha espinha e meu pau já se manifesta.
_”Devo estar maluco de pedra.Acho que peguei a maldita doença daquele pessoal.Como posso me excitar ao lembrar aquela barbaridade toda?”, o racional toma conta de minhas sensações.
Ao chegar à minha sala e abrir minhas mensagens no computador,vejo que há uma de Edward.Imediatamente,as imagens de Belfast se fundem às do fim de semana,passado.Tudo igual,as mesmas preferências,o mesmo ritual,o mesmo ambiente,e tão distantes um do outro.
_”Creio que estou entrando num labirinto,sem saída.Deve ser alguma sociedade secreta internacional.”
Outro e-mail traz uma propaganda de festa SM,num clube,em São Paulo.
_”SM? Porque acham que vou gostar disso?”
As imagens, que ilustram o convite,me remetem às estranhas festas a que estive presente.
Decido abrir pesquisa,no Google,acerca de SM.
Estou tão entretido com as minhas descobertas que acabo por esquecer uma reunião,anteriormente, agendada.
_”Marco!” entra na sala meu colega de projeto.”Venha! a reunião está à sua espera”
Mal consigo prestar atenção ao que se fala ali.Meu pensamento voa em direção aos textos que acabo de ler.Palavras como Dominadores,escravos, switchers, Mestres, slaves,são novidade para mim e se revestem de uma aura de mistério e curiosidade.Toda uma hierarquia presente nestas relações me fascina.O prazer ligado à dor e à humilhação,até porque eu já havia experimentado assim,se descortina como forma de satisfação erótico-sexual. Cresce meu interesse pelo jantar,de logo mais,à noite.
Do escritório mesmo,minha secretária fez a reserva,no restaurante.
Ao chegar,quinze minutos antes do combinado,me apresento ao maitre,
_”Sou Marco Andreanetti,tenho uma reserva,”
_”Sim,senhor.Sua companheira já chegou e o aguarda.”
_”Putz.Ela chegou antes!” penso
”Olá ,Marcilius” é a saudação que recebo ao me aproximar da mesa”Não curto surpresas,preferi chegar um pouco mais cedo.” E apresenta a mão para ser beijada,tarefa que cumpro cavalheirescamente.
_”Não sei de que surpresa pode estar falando.Não sou de faltar com o respeito a uma dama.Jamais a deixaria esperando ou faltaria a esse compromisso.”
_”Por que acha que eu o escolhi?Sei exatamente quem é e como se comporta. Sei do seu padrão de educação e é exatamente isso que gosto em você. Um executivo respeitado e poderoso,como meu escravo”
_”Um desafio?” pergunto acintoso.
_”Pode levar para esse lado,se quiser” é a resposta.
(continua)
Nenhum comentário:
Postar um comentário